Quando uma pessoa enfrenta dificuldades para obter crédito junto a instituições financeiras ou precisa conseguir uma alta quantia de dinheiro num período de tempo muito curto, muitas vezes, acaba recorrendo a um agiota.
O agiota é um agente que empresta dinheiro sem pedir comprovação de renda. Como o empréstimo é fácil e sem burocracia, o consumidor tem a sensação de estar resolvendo seu problema financeiro em uma situação emergencial, enquanto na verdade pode estar criando uma dívida muito mais cara logo adiante. Isso porque os juros cobrados por um agiota, geralmente, são mais altos do que os praticados pelos bancos.
Sem contar que agiotagem é crime, com pena de detenção prevista em lei. Constitui prática ilegal emprestar dinheiro sem autorização do Banco Central, cobrar juros abusivos e constranger, ameaçar, tentar extorquir ou mesmo agredir pessoas que não pagam as dívidas contraídas.
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Consumidor com nome sujo é principal alvo do agiota
Em geral, o agiota não pede comprovação de renda, não faz consulta de crédito e não exige fiador para o empréstimo do dinheiro. Por isso, a atividade, mesmo sendo ilegal, acaba chamando a atenção, principalmente, de quem já está endividado e com o nome sujo na praça.
O risco é que o financiador cobra juros calculados a partir de um percentual sobre o valor emprestado. A taxa varia dependendo de quem empresta, mas pode chegar a 40%, enquanto a maioria dos bancos cobra menos de 10%. Enquanto o devedor não consegue pagar o total do empréstimo, mesmo pagando um pouco por mês, a dívida aumenta de maneira incontrolável.
Para se ter uma ideia, se você pegar um empréstimo de R$ 2 mil, com juros de 20%, no mês seguinte sua dívida aumenta para R$ 2,4 mil. Digamos que você tenha pago uma parcela de R$ 200 no primeiro mês, você ainda terá R$ 2,2 de dívida, sobre a qual incidem mais 20% de juros (R$ 440), aumentando o valor devido para R$ 2.640. Pagando R$ 200 por mês, como no exemplo mencionado, ao final de um ano, o empréstimo de R$ 2 mil terá se transformado numa dívida de quase R$ 10 mil.
Agiota costuma pedir bens como garantia
Além dos juros abusivos, que tornam a dívida praticamente impagável, é comum que agiotas peçam garantias a quem pede dinheiro emprestado, como joias ou bens, podendo ser carros ou imóveis. Esses agentes pedem garantias porque não podem cobrar o devedor na justiça em caso de atraso no pagamento, já que o empréstimo foi feito ilegalmente e não há contrato firmado por escrito.
Os bens dados como garantia são alvo de extorsão por parte dos agiotas, representando um risco de perda ainda mais significativa, caso você não consiga quitar o empréstimo.
Por isso, antes de cogitar recorrer a um agiota, pesquise melhores meios para obter empréstimo com uma taxa reduzida de juros ou pense em outra alternativa, como vender o carro, por exemplo. Afinal, se você já está enfrentando dificuldades para honrar os pagamentos que tem, mesmo que resolva sua situação imediatamente, um novo empréstimo com juros abusivos só vai piorar as coisas a longo prazo.